quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Tentando ser frequente!

Olá!

Insatisfeita pois os filmes não me preenchem, nem os livros, nem a revista de moda ou os catálogos com as mais recentes coleções de primavera verão que peguei no shopping neste fim de semana.



Por que?



Porque tudo isso é pífio demais para mim! Essa é a realidade!



Preciso de ar livre! Preciso de atividade! Ação! Caminhar pelos lugares onde os Deuses sorriem com mais facilidade!



Me lanço de novo à máquina para tentar lutar contra uma rotina preguiçosa e perversa que insiste em me atirar ao sofá da sala!



Tento me lembrar de alguma cena importante do dia.



Hoje durante os vinte e poucos minutos que restaram da hora de almoço, dividimos eu e um grande amigo, uma pequena fantasia bastante recorrente dos bons fugitivos da realidade. "Onde você gostaria de estar agora?"



Respondi nas ilhas ao sudoeste do Canadá, não apenas porque sou geógrafa, mas porque já vi aquelas lindas paisagens em uma edição antiga da National Geographic importada. Aquela coloração verde, aquele oceano escuro, aquele ar frio, úmido e esverdeado fez os de meu amigo revirarem enquanto eu descrevia a paisagem. Temos a mesma paixão por países frios.



Utilizei meus talentos de geógrafa e dublê de escritora, caprichando nos detalhes enquanto nossas cabeças caíam para trás nas poltronas da sala de descanso pós-almoço.



Citei minhas árvores favoritas daquela região: betos e cedros, pinheiros e carvalhos, plátanos e sorveiras, todos verdejantes pela cobertura de musgos, altos e úmidos pela ação do mar e suas ondas estourando em redor. Segui com minha descrição deste lugar edílico inserindo na beira da floresta, próximo a um penhasco profundo, um chalé com uma lareira poderosa, uma varanda que dá a vista para o mar, alguns livros, um notebook e muitos cds, cobertores, bebidas e comidas.

A esta altura já gemiamos de prazer! Com a idéia é claro!

Música é fundamental como pano de fundo de uma pantomima como esta! Pela manhã o som de Rachmaninoff para inspirar a leitura, a escrita e as longas caminhadas com cardigã de lã grossa e gola roulé, calças de veludo e botas resistentes e de cano bem longo, forradas de lã.


Ao cair da tarde som do silêncio visitado pelo estouro das ondas do mar nos rochedos da ilha, para embalar uma soneca na varanda com um bom cobertor é claro!


Noite adentro, Billie Hollyday e sopa de champignon em uma tigela tão funda que daria pra enfiar a cabeça dentro dela, fumegando ao lado de um belo prato de pão italiano bem cortado e uma bela taça de vinho para completar, à beira da lareira, para a entregua a pensamentos profundos lambidos pelas labaredas do fogo alaranjado e perfumado pela madeira escolhida a dedo durante o dia.


Na madrugada, uma bela caneca de chocolate quente para ajudar a fechar mais um capítulo do livro ou terminar aquela crônica.


Se der coragem, ver o dia amanhecer na varanda, com um cobertor para se enrolar e se encher de esperança para mais um dia. Voltar para cama e dormir o dia todo ou talvez sair para pescar. Dar uma volta com Chopp, um lindo cachorro peludo e fofo que conheci no shopping esse fim de semana.

O que o simpático Chopp estaria fazendo no Canadá é que é difícil de dizer... Mas eu sei o que estaria fazendo lá...


Vivendo com dignidade.


Não que aqui eu não viva. Mas ao julgar pelo tanto que relaxamos eu e meu amigo durante essa pequena fuga mental no que restava de nossa hora de almoço, foi possível verificar que estamos longe de viver com dignidade nas condições em que nos encontrávamos.


Os caminhos da mente são insondáveis. Podemos fugir para onde quisermos! A ajuda das revistas, dos filmes, livros e músicas é enorme. Já falei disso algumas vezes não?


Mas algumas escapadinhas são especiais e eu gostei muito dessa sabe?

Tanto ao ponto de querer dividir.

Quero umas férias assim algum dia.

Na verdade quero minha aposentadoria assim.

Publicar meus livros, ler outros, ter um Chopp como companheiro.

Boa alimentação, roupas bem resistentes.

Aprender a pescar e navegar.

Morar no Canadá talvez seja demais... Talvez não... Talvez sim!



Não parece muito.



Acredito que para o meu amigo também não. Ele só fez uma restrição: "Comida sempre pronta!"

"Eu faço!" fui rápida: "Você será meu convidado!"

Rimos um bocado e relaxamos bastante tentando prolongar nossa fuga por mais um pouco.

Fuga ou projeto de vida?

No meu caso... Projeto de vida sem dúvida!



Um lugar lindo para se viver.

Uma vida linda para se aproveitar.



Desejo isso à todos!

Abraço meu e do Chopp!

Um comentário:

Amanda disse...

Chopp? E o que aconteceu com o Pancada?! rs