sábado, 23 de abril de 2011

Dan y dwr galwaf i (Reflexões sob um jardim prateado parte III

Mais uma vez do gaélico antigo: Sob as águas eu chamo você!





Os magos dizem que só os descentrados enlouquecem com a lua cheia... Devo ser o exemplo perfeito disso... Tudo o que sei é que enlouqueço a várias madrugadas a contemplar o véu de prata a cair sob meu jardim!





Tentei a meditação, a visualização, a música, a dança, o vinho! Nada adianta! Ele continua aqui a me desesperar!





Ele próprio o amor!





Love himself!





Gariad ei hun!





Insuportável, angustiante, ansioso, doloroso e incontrolável!





Nem meus amantes suportam!





Disparam pela rua alucinados! Me deixando com os músculos ainda faiscando no asfalto! Rindo feito louca!





Não protesto mais, se nem eu me suporto, como eles suportariam?





Novamente choro e danço louca pela madrugada sob a luz da Lua e lanço o desafio aos Deuses! "Que venha aquele que suportará e ficará!"





Por debaixo de toda a couraça de uma mulher livre, independente e forte, bate um coração desesperado pela paixão que a fará cair de joelhos suplicando para que seja tomada!





Ou será tudo uma grande farsa? O feminino, o feminismo, o amor a independência e a liberdade?





Tudo uma grande piada dos Deuses que se riem de nós enquanto sacrificamos um pelo outro e pelo outro e pelo outro, escolhendo o que acreditamos ser felicidade e nos atirando num mar de ansiedade da qual nunca sairemos porque fizemos escolhas erradas! Porque todas as escolhas estão erradas! As bases estão erradas! Tudo não passa de uma grande farsa!





Imagine que tragédia! Tantas noites ao luar alucinada, pedindo por algo que não existe, um truque, um engano!





Tantos livros!





Tantas canções!





Tantos filmes!





Tantos textos, poemas e romances!





Por uma grande mentira! A maior falácia de todas!





A racionalidade me faz gargalhar de mim mesma!





Porque ainda assim ele está aqui com seu olhar desesperado me trazendo a mesma dor ao peito com sua voz que enfeitiça em meus ouvidos com as loucuras que ainda farei por ele...





Ele mesmo!





Love himself!





Gariad ei hun!





Dan y dwr galwaf i!

terça-feira, 19 de abril de 2011

Athas ar mo chrói go deo! (Reflexões sob um jardim prateado Parte II)

Do gaélico antigo: Alegria em meu coração eternamente!





Seguem as noites solitárias sob o luar em meu jardim prateado.





Longas e gélidas, solitárias e meditativas.





Saudades do que não me lembro absolutamente, mas que ouço no crepitar das fogueiras astráis.





Sabor de vinho na boca, perfume de ervas nas narinas, toque da madeira sagrada nas mãos e terra sob os pés.





Música pagãs nos ouvidos e outra vez o corpo se solta bailando doido pela madrugada!





Transes lunáticos!





Sentir falta de uma existência que hoje é uma das partes de vc em meio a um mundo material e tedioso é de fazer a alma adoecer. Tantas vezes tentei recriar essas épocas festivas!





Fracassei em todas elas!





As brigas, as rupturas, a vaidade e o ciúme a destruir tudo.





Hoje vivo a época mais solitária que já pude experimentar. Dolorosa, bem verdade, mas única. Para tantos esforços em vão, o cansaço encontra no silêncio e na solitude um pouco de paz! Uma paz que poucas vezes experimentei em parceria com a chance de novas sintonias com outras realidades.





No jardim prateado respiro fundo e volto a sorrir realizada por ter este privilégio.





Danço e canto até a exaustão e sento-me em minha cama a suspirar e continuar olhando para esta beleza infinita do luar sob as flores, sob os galhos das frutíferas, sob as folhas das ervas e suspiro os desejos de sempre... Novamente o cálice do meu peito transborda e o líquido róseo e cálido se derrama por toda a parte!





Tanto amor dentro de uma única mulher!





Tantas lágrimas e pedidos sob a luz do luar a tantos anos, sonhando com o dia em que os Deuses me atenderão as súplicas de amor!





E trarão a cura para todos os males que me atormentam o corpo, o coração, a mente e a alma!





O amor tem que vencer! É por essa esperança que ainda me ergo do mar de ternura do meu quarto cercado pelo amor dos encantados do meu jardim!





Por mim ficaria aqui, neste pedaço do paraíso na terra, como muitos já disseram, para o resto da minha vida! Lendo, escrevendo, estudando magia, como contam os livros sobre as sacerdotisas de Avalon!





Mas há que se viver certo? E com a vida as agrouras! As dores! Os fardos! O aprendizado!





Então vamos às armas das lutas diárias, contra a mediocridade, o metalismo, o egoísmo e tantos ismos terríveis que tentam a toda tirar a força de minha vontade!





Segue a minha busca pelo amor, pela compaixão, pela sinceridade, pela bondade, pela honra!





Seguem as minhas preces para que os Deuses! Que me ouçam aqui neste jardim, sob este luar, sob os olhos dos verdadeiros amigos e companheiros dos tantos mundos que cá comigo vem ter, dançar e conversar!





Segue o meu pedido desesperado:





Que a alegria volte para o meu coração eternamente!