quarta-feira, 30 de janeiro de 2008

A pergunta que não quer calar... (Maturidade Existe? Parte II)

Como o tema inesgotável que é... Mais posts! Fatalmente!
Este aqui vai para uma percepção pessoal: Um ato de coragem. Lá vai:

Acredito que a maturidade pode aparecer em alguns momentos da vida, que pode dominar aspectos inteiros da existência de um homem e de uma mulher. Mas não acredito em uma condição si ne qua non para a evolução e o crescimento.

Vejo muita gente em busca de respostas únicas! Certezas! Como se amadurecer fôsse ter alguma certeza!
Leio Jean Paul Sartre que me sussurra aos ouvidos: "Amadurecer é perder as certezas!"
O incerto abre precedentes demais, concordo! Mas o certo é tão frágil!
Não repito mais determinadas ações pois já conheço as possíveis conseqüências.
Outras repito mesmo assim... Afinal... Já sei onde vai dar mesmo... Logo... Por que não? É escolher a encrenca na certa, mas é uma escolha consciente, afinal sou adulta, madura, sou dona do meu nariz e posso quebrar ele onde eu quiser... Certo?

E continuo gostando muito de dizer que quando alguém me fala que tem certeza de alguma coisa eu imediatamente sinto coceira na bunda.

Sei que é chulo, mas é uma coceira simbólica sabe? Quando certos cliches como verdades infundadas ou frases feitas que nos fazem imediatamente franzir o nariz e pensamos "Ele(a) falou isso mesmo?!", com uma descomunal carga de ironia. Acredito que maturidade também é isso, a antecipação do desastre e a possibilidade de escolher no momento certo que hora abandonar a idéia com coceira na bunda e não porque alguém falou, porque deu medo ou o pior, porque alguém falou e aí deu medo. Coceira na bunda é um bom sinal. Se há incomodo é bom verificar o porquê, se é você ou o indivíduo que disse ter certeza e não te agradou, afinal a coceira pode ser a sua dificuldade em perceber que o sujeito pode estar certo. Largar de ser dona da verdade também é verdade e de vez enquando acontece.

Portanto se é possível ser madura em alguns momentos, pode-se afirmar que saber lhe dar com o tempo, a auto-observação, a transferência de situação, as idéias dos outros e a antecipação de situãções e a escolha do que se quer viver podem ser bons indícios de que é possível atingir um estágio de maturidade em algumas situações na vida.

E eu acredito nisso. Para dinheiro eu continuo com treze anos e gastando tudo em coisas "super importantes" como figurinhas de "Star Wars", mas posso dar alguns pitacos na escolha da carreira profissional, nos relacionamentos afetivos e na lida com a família das pessoas. Talvez possa ajudar um pouquinho também sobre a arte de ser dona do seu nariz e escolher se quer arrebentá-lo ou não! Te deu coceira na bunda? Hahahá!

Maturidade existe?

Acredito que posso partir de uma certeza: trata-se de um assunto denso para qualquer segmento, sexual, social, cultural e tantos outros segmentos da sociedade contemporânea.
Talvez seja um exercício inicial interessante começar a abordagem por uma analogia simplificada, quase juvenil, como um conceito orgânico como o amadurecimento das frutas.
Que tal Bananas?

Bananas maduras são mais saborosas ao paladar, exalam um perfume convidativo e enfeitam magnificamente arranjos de decoração tropicais.
Bananas maduras demais podem servir para fazer doces deliciosos ou para atrair aqueles mosquitinhos pequeninos e graciosos, que voam rápido quando tocamos nelas: sinal de perigo, favor consumir logo.
Bananas verdes tem muitas preciosidades culinárias, porém conhecidas apenas de alguns, pois a maioria as generalizam como: "ainda não estão boas para consumo".
Mas... e quanto aos homens e as mulheres?
Seria possível manter a analogia?
Ou será a maturidade algo restrito ao teor orgânico?
Seria um estado de consciência atingido com o tempo? Ou será que tudo não passa uma quimera? Uma fantasia humana quanto a um determinado acúmulo de experiências que poderiam nos libertar do sofrimento pela antecipação das situações adversas e possibilidade de descarte delas?
"Como se isso fôsse possível!" diria talvez uma Banana Passada.
"Consegui uma vez ou outra... Acho..." diria provavelmente uma Banana Madura.
"Espero atingir isso algum dia..." diria quase que certamente uma Banana Verde.

Quando escolhi o nome deste blogg, tinha acabado de fazer uma pesquisa sobre um tipo de maré oceânica chamado Maré Viva ou Maré de Sizígia, uma variação violenta da subida dos oceanos por ocasião da justaposição dos astros Lua, Sol e Terra no período Lunar da Lua Cheia e da Lua Nova. A pesquisa tinha como objetivo a escolha de uma data para um trabalho de campo em uma formação costeira específica do litoral sul do Estado de São Paulo.
No intuito de fazer uma pesquisa completa, saí no encalço do significado da palavra em si. E qual não foi a minha surpresa quando um estalo me levou a pesquisar a origem da palavra Sizígia!
Sendo este o primeiro post deste blogg, exclareço desde já que foi uma das palavras que unificaram de maneira mais incrível tudo o que sou, que abrigo dentro de mim e que acredito! Sizígia! O drama do feminino e do masculino dentro de nós.
Acredito que a maturidade é a habilidade em lidar com este duelo dentro de nós, com as faces do masculino e do feminino que trazemos desde a formação de nossas almas e ante a uma sociedade que nos cobra demais algo que ainda não compreendemos a profundidade e a magnitude de ser... Ser maduro!
Aos mais atentos que leram o título deste blogg e o pequeno texto logo em seguida, é importante afirmar, este blogg tratará de sexo sim!
Porém isso se fará como análise de mais uma das tantas formas de expressão que nós seres humanos temos ao nosso dispor e do mau ou bom uso que temos feito dessas formas de expressão nesses tempos modernos, onde as relações entre nós homens e mulheres, independente de preferências sexuais, religiosas tem sofrido intervenções fortes da Sizígia em nós.
O intuito aqui é a discussão do masculino e do feminino em nós, em nossos princípios criativos, em nosso comportamento e em nossas escolhas, sexuais ou não.

Grata pelos valiosos minutos e no aguardo de seus comentários.
Angélica
Lix Amazona