quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Falando de amor outra vez...

(Ouvindo "Only love can break your heart" de Gwyneth Herbert)

Falar de amor e não cair na pieguice é muito difícil!

Entre a emoção legítima e o exagero que faz a boa intenção cair diretamente no dramalhão mexicano, há uma linha tênue que pode ser cruzada na primeira manifestação levando tudo à mais absoluta ruína.

Com o tempo as expectativas de criança a cerca do amor vão diminuindo. Um dos mais prováveis indicadores é a carga de decepções da vivência, ante a enorme ilusão alimentada pelos contos de fada, novelas, filmes e músicas românticas que nos acompanham logo no início do caminho.

Na adolescência somos loucos apaixonados graças ao frescor da idade, idéias e determinação em colocar tudo para funcionar. De fato é uma dos poucos momentos na vida onde temos convicção de sermos únicos no mundo. E, é claro, os primeiros momentos românticos de nossas vidas assim merecem ser!

Porém, passamos a exigir menos com o tempo ao perceber que o outro também tem suas fantasias.

As decepções e desistências em busca do sonho vão nos fazendo sentir aos poucos que viver um amor de verdade é diferente de achar alguém que apenas encaixe certinho em uma idealização juvenil.

Enxergar o outro e todas as suas falhas sem se iludir, perceber se é necessário fazer com que ele as veja. Enxergar-se e mostrar-se ao outro com igual cuidado, respeitar o tempo dele e se fazer respeitar no seu tempo. Escolher o que deve ser aceito e as mudanças que podem ser pedidas, são tarefas muito difíceis e que requerem muita paciência e um baita controle da ansiedade típica pelo amor idealizado como perfeito.

Fica monótono só de ler!

E a paixão? O furor? O ardor? Vai parar onde com essa receita de bolo típica de manual de auto ajuda?

Saber quando liberar o fogaréu e quando se conter é uma das mais difíceis artes que os amantes tem a dominar.

Não pedir para ele ficar mais um pouco, não apressar o próximo encontro, não perguntar o que ele está pensando, não monitorar seus movimentos,  não enviar qualquer e-mail ou fazer qualquer declaração em ambientes virtuais abertos ou fechados sem antes revisar com muito cuidado cada palavra.

Segurar o "eu te amo" que quer sair o tempo todo da boca, conter o olhar prolongado que brilha, faz as bochechas queimarem e o peito zunir. Segurar a qualquer custo aquela vontade louca de ligar no meio da noite e perguntar o que aquele e-mail sem sentido algum quis dizer...

É como aprisionar um animal selvagem de disparar livre pelo campo para que ele não pisoteie o outro...

E quando sua taça não aguentar mais de tão cheia, derramar o máximo que puder na primeira oportunidade que tiver!

Sem dúvida uma experiência incrível!

Saber quando se entregar e quando se calar... E esperar...

Bons amores a todos!