domingo, 28 de setembro de 2008

Infatuation

Ora vejam só!
Ao sentar à máquina para mais uma diarréia terrível (favor ler o post anterior para não pensar bobagem!), me deparo com uma necessidade química!
Ver um clip do Rod Stewart!

Legal o Rod Stewart. Um cara de diarréias também (em meu pequeno modo pessoal de analisar processos criativos das pessoas). Ele some por vários anos e depois aparece com umas combinações malucas, como a parceria com o guitarrista Jeff Back, na música título deste blog. Depois some mais alguns outros anos e reaparece com um cd de remake de clássicos do Jazz e do Blues. Sempre um sucesso de milhares de cópias.

No clip da referida música, ele aparece em meio a um thriller em pb (adoro fotos e clipes em preto e branco) onde ele é um foyer de uma linda mulher, sua vizinha de condomínio. Típico dos clipes dos anos 80 e 90. Clip com historinha! Divertidíssimo! O quarto dele é todo decorado com fotos da vizinha, que era uma modelo famosíssima naquela ocasião, sei lá. Ele deve ter se casado com ela, não importa, o que me envolve é o solo delicioso do Jeff Back, que também faz uma ponta no clip e o desfecho da história do maníaco que acaba se dando mal nas mãos do gangster do qual a vizinha é amante.

Bacana vai! Adoro assistir no youtube e matar saudades dos clipes com historinhas e das músicas decentes dos anos 80 e 90, com metais, estrutura e uma letra que simplesmente fala de sensações íntimas suas.

E é assim que eu me sinto. Infatuated.

Não gosto da tradução, apaixonada, prefiro a fixação que o autor da música representa tão bem no filme.

É isso! É uma fixação. Uma obcessão. O saber-se encrencada, cometendo um grande erro, entrando em beco sem saída, não conseguindo comer, nem trabalhar, nem correr. E "machuca tão gostoso!" que "eu não entendo"!

É claro que não é pela moça do clip ou pelo meu vizinho (que não tem nada de atraente), é por alguém que eu queria que fôsse meu e só meu. Gostaria de ser vizinha dele, mas isso é tecnicamente impossível e gostaria de ser foyer dele, mas também não há a mínima chance.

Ele não responde minhas mensagens de celular. Tenho medo de ligar pra ele ou procurá-lo, porque apesar das diferenças o final desta história pode ser igual ao final do clipe.

Pois é... Ele tem dona! Isso piora bastante, não que eu seja apreciadora desse gênero de história, mas vez enquando acontece. Bem que eu tentei evitar por um bom tempo, mas... Quando vi que a recíproca era verdadeira logo no começo da história, percebi que era só sentar e esperar pelo desastre. Que ainda não veio, mas já está a caminho.

Essas coisas são assim inevitáveis. Por mais que os amigos, os colegas de trabalho e os elfos falem do quanto isso é uma fria, é involuntário. Infatuation! Há palavras em inglês que são perfeitas demais para serem traduzidas. Essa é uma das minhas favoritas.

Os dias vão passando e sei que algum desfecho virá e que será trágico, só fico pedindo para que haja pelo menos um momento em que algum dos meus delírios pudesse se tornar real. Talvez mais um encontro, o derradeiro antes do kaos para a minha sorte de condenada. Mas é uma vã esperança. Quem não tem uma vã esperança? E quem não viveu uma historinha sem vergonha como essa? Se pronuncie! Não é incrível como o vício é forte? Durmo pouco, corro no parque, danço até morrer na sala, como um pratinho de passarinho só para não desmaiar e qualquer tremor do meu celular é um terremoto nos meus músculos.

Tudo o que peço é só mais uma dose! Como um viciado, um alcólatra, um fumante. Mas não é algo que eu possa comprar. É algo que depende do desejo do outro. Um desejo que já existiu, mas que pelo vazio da minha caixa de mensagens do celular, existiu é a conjugação correta.

Poderiam existir clínicas e tratamentos para isso, como existem para os outros tipos de viciados. Tome uma pílula de "Toma vergonha na cara!", acompanhada de um copo de "Para com isso!" e pronto! Problema resolvido! Talvez umas pequenas doses de "Que coisa feia!" para complementar o tratamento por uma semana e caso resolvido!

Mas não! A piração fica aí! Firme e forte! Te enlouquecendo a noite inteira e te arrancando da cama logo que amanhece. Como é possível tamanha energia! Isso porque o sujeito não é visto a meses! Porque se fôsse, como o caso da feliz vizinha do infeliz Rod Stewart, eu já seria passado.

A distância piora mais as coisas, aumenta a fantasia, ajuda a arrumar desculpas fantásticas! Tudo para estender o barato. É uma química poderosa. Nada mais é necessário, o pico vem sozinho, basta qualquer idéia absurda, como uma lembrança idiota qualquer. Uma música que lembra um momento. Uma bebida que lembra uma noite. Um clipe de música que fala do mesmo tipo de perigo...

É... Estou condenada.

Quem sabe qualquer dia consigo contar a história toda. Se é que acabou. Ou talvez tenha acabado e eu ainda não aceitei.

Nem quero aceitar. É uma química boa demais para ser encerrada assim sem um final satisfatório. Estou até emagrecendo! Tomara que dure até eu ficar macérrima e ele cair aos meus pés... Mas aí... Vai acabar o barato... Certo?

Boas químicas para todos!
Angélica

Nenhum comentário: