. . . ouvindo Zola Jesus "Avalanche"
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Um ataque . . .
Dois ataques . . .
Menos de 12 horas . . .
Um ataque maciço . . .
Dois ataques maciços . . .
Menos de 2 anos . . .
Os Deuses trabalham em progressão geométrica. Colocando loucos soltos em nosso caminho que volta e meia querem se livrar do peso de suas demências pessoais descarregando sua insanidade sobre quem lhes estende a mão, quem quer ajudar, quem tem compaixão e vê um pouco mais adiante das coisas.
Pois que seja então!
Que os remédios aguentem!
Que o choro pela noite aguente!
Que a cabeça, a gripe e a sinusite aguentem!
Os ataques! Os ataques! Eles virão sempre e sempre!
E não importa que você ainda está alucinada porque está se drogando legalmente 3 vezes ao dia!
E não importa que você morra de tanto chorar e acredite que um dia a redenção virá como no último capítulo das novelas que educam a maioria das pessoas que andam obtusas pelo mundo.
Não importa quem é você ou a sua história ou quantas crises você enfrentou naquele dia. O ataque virá! Cruel e inclemente... No início da noite... Na aurora... Ao meio dia no meio do almoço...
Ele virá!
E aquela maldita chave inglesa apertará seu crânio e todo o oxigênio do mundo desaparecerá.
E não vai aparecer ninguém! Ninguém!
Porque ninguém aparece nessas horas!
Nessas horas sua irmã esquizofrênica que não dorme a 4 dias finalmente dorme e sua mãe exausta dorme com ela.
Seus amigos estão ocupados com seus infernos pessoais que são realmente grandes e potentes tanto ou mais que o seu em muitos casos.
E mesmo que estivessem disponíveis não há força para erguer a mão, ou digitar um nome, ou abrir a boca e pedir socorro.
Quero pedir socorro.
Quero que tirem essa coisa de mim!
Pronto! Está aqui! Se movendo em meu cérebro! Em meu córtex! Revirando feito uma arraia, chicoteando meus neurônios. A dor é terrível. A dor, os acessos de dor, a falta de ar, a dor no estômago e no peito!
Não consigo acreditar que está aqui de novo!
Está aqui de novo!
Explodindo meu crânio, partindo-o em dois, não! Abrindo-o feito uma flor! Deixando-o desabar e parecer escombros de um prédio após um terremoto!
Tento continuar respirando um ar que não entra, tento derramar uma taça cujo conteúdo grudou feito piche e não sai... Simplesmente não sai...
Não consigo sair de mim!
Quero sair de mim nesses momentos! Sair do meu corpo! Sair da minha cabeça chicoteada e adormecida! Quero chorar até desaparecer!
Quero agradecer a todos cuja loucura me ajudou a chegar neste ponto da minha loucura: a crise, a crise absoluta, a crise completa, a crise total! Se não fossem seus esforços eu não faria ideia do quanto é possível querer que uma dor pare, que um ataque pare, que uma doença seja curada, que um acesso seja interrompido.
Agradecida!
Agradecida.
Agradecida...
Muito agradecida!
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